Renata em licença poética

E agora, Renata?
O curso acabou,
a luz aumentou,
o tempo zuniu,
a noite gelou,
e agora, Renata?
e agora, você?
você que mora longe,
que sente falta de todos,
você que faz desenhos,
que ama, detesta?
e agora, Renata?

(…)

Com a chance na mão
quer arrebentar a porta,
mas ainda aguarda morta;
quer surfar no mar,
mas a ousadia secou;
quer ter uma casa,
Ela disse que não casa jamais
Renata, e agora?

Se você falasse,
se guitarra tocasse,
se você cantasse
a lambada paraense,
se você viajasse,
se você corresse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é forte, Renata!

Perdida no mundo
sempre bicho-do-mato,
sem tanta sincronia,
um tanto ingênua
no modo de falar,
sem cavalo manco
pra fugir a galope,
você marcha, Renata!
Renata, para onde?

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